Celulares e Eletrônicos podem causar Autismo Virtual em Crianças
Autismo Virtual é um tema novo e precisa ser conhecido. Sendo assim, pesquisadores afirmam que tablets, televisão e principalmente celulares e demais eletrônicos podem causar autismo virtual em crianças. Mas o que seria isto?
O diagnóstico de TEA – Transtorno de Espectro Autismo tem aumentado muito nos últimos anos. Muito mais que na geração anterior. Porém, atualmente, os pais vivem cada vez mais em um ritmo frenético de vida. Por sua vez, os filhos são mergulhados em uma rotina muita vezes desgastante. Estes mesmos pais, sempre atarefados e também enfeitiçados pela facilidade de informação, pelas redes sociais e por todas novidades na internet, não desgrudam de seus aparelhos eletrônicos.
Por isso, para distraírem os filhos, muitas vezes é mais fácil coloca-los também na frente desta tela, que sem dúvida alguma, os deixam encantados e paralisados. Realmente é mais fácil colocar uma criança com um celular ou tablet nas mãos do que sentar com ela no chão e brincar, jogar ou desenhar.
A Definição de Autismo Virtual
Em 2018 o pesquisador romeno Marius Teodor Zamfir estudou crianças com mais e commenos de quatro horas de exposição às telas. Ele descobriu os efeitos dessa exposição exagerada.
Surgiu assim a seguinte definição de Autismo Virtual:
“A privação sensorio-motora e socioafetiva causada pelo consumo de mais de 4 horas por dia em ambiente virtual, pode ativar na criança comportamentos e elementos semelhantes aos encontrados em crianças diagnosticadas com TEA”
Mas é preciso ficar claro, o Autismo Virtual é diferente do Autismo que já conhecemos e que acomete muitas pessoas.
Efeito da tela.
Estudo recente feito na Indonésia, conduzido por Donna Hermawati e publicado na revista Intractable & Rare Diseases Research, mostrou que o aumento do tempo de exposição à tela de um celular, tablet ou até televisão está associado a neurônios que expressam melanopsina e à diminuição do neurotransmissor ácido gama-aminobutírico (GABA). O resultando disto é um comportamento anormal com diminuição do desenvolvimento cognitivo e da linguagem da criança.
Esta exposição é ainda pior quando é mais precoce, em crianças menores que dois anos. Não há dados conclusivos ainda, mas tudo leva a crer que o efeito mais significativo é na linguagem. A criança tem dificuldade em aprender a falar e se comunicar.
Este estudo mostrou que as crianças que assistem menos de três horas por dia de eletrônicos apresentaram melhor desempenho na fala, na atenção. Da mesma forma um desempenho mais satisfatório em relação às que são expostas a mais de três horas ao dia.
Mas deve ficar claro que as crianças nesta idade serem expostas às telas é igualmente maléfico, mesmo que até três horas ao dia.Celulares e eletrônicos podem causar autismo virtual em crianças. Veja como ocorre o autismo virtual:
Houveram alterações expressivas medidas por EEG – eletroencefalograma nas crianças expostas a eletrônicos. Mudança nas ondas cerebrais importantes foram percebidas quando as crianças retiradas do estímulo das telas.
Alterações cerebrais na criança
Segundo o Dr John Hutton, coordenador do estudo, em entrevista à CNN: “A substância branca é como se fosse cabos, com linhas telefônicas que conectam muitas partes do cérebro para que elas possam ter comunicação”
“Estas faixas, sabemos que são responsáveis pela linguagem e alfabetização. Elas foram relativamente subdesenvolvidas em crianças com maior tempo de exposição aos celulares, tablets e eletrônicos”
Como combater o autismo virtual
Pediatras de todo mundo estão alarmados com o fato de que crianças pequenas que passam horas e horas do dia durante os eletrônicos possam desenvolver sintomas autistas. Assim, há uma constante busca por respostas em como combater o autismo virtual.Duas médicas na França embarcaram em uma campanha de conscientização dos pais e responsáveis por crianças. A campanha de conscientização do “Autismo Virtual” pode ser vista neste vídeo.
A boa notícia é que os sintomas desaparecem quando as crianças passam a brincar com outras crianças e com brinquedos palpáveis e interativos – Veja aqui.
Segundo Dra. Isabelle Terrasse comportamento das crianças pioram a níveis assustadores. Muitas crianças com este chamado “Autismo Virtual” evitam o contato visual – olho no olho e mostram-se indiferentes ao mundo em seu redor. Estas são, sem dúvida alguma, características do Transtorno do Espectro Autista. Muitas crianças mostram-se atrasadas em termos de desenvolvimento para a faixa de idade que estão.
Evitando o “Autismo Virtual” – O que os pais devem fazer
Celulares, tablets e eletrônicos podem causar o autismo em crianças. Quanto a isto não existem mais dúvidas, o autismo virtual é uma realidade. Os pais precisam entender as necessidades básicas de uma criança e saber que oferecendo de tudo não estará ajudando os seus amados. A criação de filhos demanda tempo e esforço e isto deve ser feito desde cedo para que se tornem adultos saudáveis, vitoriosos e felizes.
Para as crianças aprenderem a falar, elas precisam de contato visual e corporal com pessoas que as amem. Com isto , as crianças sem dúvida alguma, usarão todos os seus sentidos.
O poder da interação entre pais e filhos foi comprovado neste estudo feito no Irã. As brincadeiras e relações entre pais e filhos são importantíssimas. Neste estudo, os pais foram orientados e “treinados”em como brincar com estas crianças com sintomas típicos de autistas que passavam muito tempo em dispositivos eletrônicos.
As orientações e “treinamento” dos pais eram estabelecer relação de contato visual e manual com os filhos, toque amoroso, comunicação contínua. Foram levados para estas crianças brinquedos manuais e interativos.
Depois deste período de dois meses houve mudança expressiva nos resultados de eletroencefalograma e também dos sintomas de autismo. O estudo reforça a importância de crianças brincarem e interagindo com adultos e não com aparelhos de tela, como celulares, tablets e televisão.
O valor da primeira infância
A Academia Americana de Pediatria publicou recentemente recomendações sobre a segurança no uso de eletrônicos. Sem dúvida alguma, estas aplicações devem ter o envolvimento dos pais. A Organização Mundial de Saúde por sua vez recomenda que crianças menores de um ano de idade não devem ter nenhum contato com a tela encantadora destes aparelhos.
Muitos especialistas recomendam sobretudo alguns pontos importantes sobre o tema:
- Conversar e ler com seu filho (a). Além de estreitar este vínculo, a leitura promove um enriquecimento de vocabulário e imaginação.
- Incentive brincadeiras manuais, como brinquedos, jogos e objetos que exijam manipulação, como massinhas. Brinquedos de arte, desenho e pinturas – veja aqui são altamente recomendáveis.
- Passeie com seu filho, leve-o ao parquinho ou onde há outras crianças para que haja este contato, mesmo que este (a) já esteja na escola ou creche.
- Dê o exemplo. Evite manipular ou usar o celular perto de seu filho (a), principalmente quando estiver perto de outras crianças.
- Não dê o celular para seu bebê, e se isto for impossível, mantenha a tela bloqueada.
- Se a criança for menor que quatro anos de idade, evite deixar a televisão ligada, mesmo que pareça que a mesma não esteja prestando atenção. As crianças absorvem tudo ao seu redor!
- Explique para as pessoas que tem contato com a criança sobre a importância destes atos. Isto inclui avós, babás, tios e pessoas próximas.
Não restam dúvidas. Celulares e eletrônicos podem causar autismo em crianças. O autismo virtual precisa ser combatido. Mas com estes cuidados e com brincadeiras tradicionais e saudáveis, pode-se evitar e reverter estes sintomas. Com isso crianças terão um melhor desenvolvimento infantil e uma vida futura plena e feliz.
Literatura de suporte: Jenifer Joy Madden, fundadora do DurableHuman.com, Academia Americana de Pediatria, Organização Mundial de Saúde e artigos científicos com nível I de evidência.
Autoria: Copyright © – Big Cérebro Brinquedos Educativos – https://www.bigcerebro.com.br– Visite agora! e https://blog.bigcerebro.com.br
Autor: Cleuber Barbosa de Oliveira – Médico – CRM-MG 36865 CANCEROLOGIA/CANCEROLOGIA CIRÚRGICA – RQE Nº: 23713 – CIRURGIA GERAL – RQE Nº: 23712
Fonte: Embora seja baseado em dados atualizados e informações científicas, esse artigo destina-se principalmente aos pais e cuidadores. Para sua confecção foram usados artigos de renomadas revistas como Nature, Autism Parenting Magazine, International Society for Autism Research (INSAR) entre outras.
“A Big Cérebro também adora que o conhecimento seja compartilhado, porém é obrigatório que a fonte, protegida por direitos autorais, seja citada
Ótimo conteúdo, parabéns!
Nós que agradecemos sua leitura! 🙂
Ficamos felizes! 🙂
Olá, gostei muito da matéria. Seria muito bom se vocês deixassem disponível as referencias utilizadas, queria acessar o estudo da Donna Hermawatti, mas não consegui encontrar.
Abraço!
Olá! Inicialmente pensamos sim em deixar as referências, porém poderiamos não cumprir com a vocação do blog, que é de levar informação a todas pessoas.Este é um blog informativo e não essencialmente científico. Foi feito para ajudar pessoas.Todas referências são de revistas indexadas. Mas anotamos e vamos então fazer nos próximos! Agradecemos muito sua participação! 🙂
Boa noite. Excelente matéria. É uma pena que essas informações são pouco difundidas, porque muitos profissionais dessa área não tem interesse na divulgação, e logo abaixo vou explicar o porque.
Em abril/21 minha filha foi diagnosticada com autismo. Ficamos arrasados. A neuro nos encaminhou pra uma fono que fechou o diagnóstico. Porém na devolutiva da fono percebemos que muitos itens apontados por ela não observávamos em nossa filha (5 estereótipos muito importantes nos autistas). Mesmo assim começamos as intervenções e avaliação de psicóloga e terapeuta ocupacional indicado pela neuro. Com o passar do tempo, e conversando com amigos da área da saúde e amigos com filhos diagnosticados com autismo e percebemos muitas coisas semelhantes. Percebemos que esses profissionais diagnosticavam crianças com autismo para prender as famílias nas terapias. Procuramos um psiquiatra, uma Psicologa fora do grupo mencionado acima e outra fono. O novo diagnóstico da minha filha é que tinha um leve atraso de linguagem. Com 3 meses de escola e de fono ela já estava normal, se comunicava normalmente de acordo com uma criança de sua idade.
Um site com uma matéria semelhante me fez abrir os olhos e procurar profissionais sérios.
Hoje nossa luta e fazer com que mais pais não passem pelo que passamos , porém sofremos muita resistência dos meios de comunicação, mesmo possuindo muitos documentos e tendo muitas pessoas que passaram pelo mesmo problema interessadas em se manifestar.
Olá Antonio, muito comovente seu depoimento e encorajador. Neste sentido para que seja um alerta para outros pais. Ficamos realmente felizes em você compartilhar conosco. Nós, proprietários da Big Cérebro ( que na verdade é uma empresa de jogos, livros e brinquedos para desenvolver a inteligência das crianças – http://www.bigcerebro.com.br) somos médico e fisioterapeuta. Por isso, esse é um assunto que faz parte das nossas vidas há algum tempo. Hoje na verdade, muitas crianças tem o autismo virtual, diagnosticadas erradas e não o verdadeiro autismo. Quando o tem, há uma dificuldade em classificar essas crianças. Então, realmente é preciso tempo e profissionais qualificados.Porém, podemos falar com propriedade que muitas crianças autistas tem vida perfeitamente normal e muitas com muito sucesso e felicidade. A Newletter deste Mês ( basta se cadastrar no formulário desta página para receber) vai falar do homem mais inovador e rico do mundo, Erlon Musk. Ele tem Asperger ( nem deve ser chamado assim mais né?) e igual ele, muitos autistas tem uma vida perfeitamente completa. Agradecemos imensamente o seu depoimento e vamos deixa-lo destacado para servir de exemplo para outras pessoas. Parabéns e coragem. O que precisar, estamos à sua disposição.
att
Olá gostaria de entrar em contato estamos passando exatamente pela sua situação.
Poderia me passar mais informações meu watts
47 984996775
Obrigada agradeço de coração
Olá, estamos passando exatamente pelo que vc relatou. Meu filho tem 1 ano e 10 meses e atraso na fala, porém nenhuma outra características, muito tempo de tela diariamente.
Muito interessante, eu tmb li sobre uma pesquisa que descobrira que meninos que usam telas por duas a quatro horas por dia têm 3,5 vezes mais chances de serem autistas aos três anos.
Meninos que assistem regularmente ao celular , TV e outras telas com um ano de idade são muito mais propensos a serem autistas aos três anos – mas não existe tal associação entre as meninas, de acordo com um estudo.
Meninos de um ano que passavam até uma hora de tela por dia eram 38% mais propensos do que aqueles que eram mantidos longe de computadores, televisões e telefones celulares de serem diagnosticados como autistas aos três anos, descobriram os pesquisadores.
No entanto, os especialistas disseram que as razões são incertas, pois pode ser que as crianças que vivem com autismo tenham mais tempo de tela, em vez de que o aumento do tempo de tela as torne autistas.
Além disso, pode haver outras razões para a associação, como que as crianças criadas em certos ambientes propícios ao desenvolvimento do autismo são mais propensas a assistir mais televisão, disseram eles.
Muito legal suas considerações. Ficamos honrados e felizes por participar conosco. 🙂
Parabéns estão publicando desinformação com esse título, nada causa autismo, isso é uma condição que a pessoa nasce, não adquiri por ficar usando eletrônicos! Santa ignorância! O estudo fala que causa sintomas SEMELHANTES ao autismo e não autismo! Vergonha alheia vocês terem publicado isso!
João, obrigado pelo comentário. Na verdade o Autismo Virtual é diferente do Autismo, que você mesmo refere que é sua condição.
O que diz o texto, e achamos que estaria totalmente claro é que o uso em excesso de celulares e eletrônicos pode causar “autismo virtual”, com características próprias, mas algumas semelhantes ao Autismo clássico.. Dê uma olhada na literatura sobre o assunto, é bem rica. De qualquer forma, vamos revisar o texto para que não passe essa falsa impressão.
Atenciosamente,
Equipe Big Cérebro
Filha de 2 anos e sete meses, o primeiro Neuro mandou acostumarmos com autismo, muita tela desde 4 meses, não falava nada porém interagia, ótima compreensão, procuramos outro Neuro, desconfiou de apraxia da fala transtorno da linguagem, onde o cérebro não consegue passar informações para formação das palavras. Começou Fono 2h por semana, e tirei totalmente as telas, foi um desafio, comecei estímulos em casa, músicas e jogos, hoje aos 3 anos e 10 meses fala frases curtas.